Gestão do conhecimento
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você. Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação profissional. Vamos assisti-la?
Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.
Bons estudos!
Ponto de Partida
Olá, estudante! Nesta aula, vamos explorar conceitos fundamentais do ciclo de vida das organizações, a gestão do conhecimento, a distinção entre conhecimento tácito e explícito e a criação do conhecimento organizacional. Esses temas desempenham um papel essencial no mundo dos negócios e na capacidade das organizações de se manterem inovadoras e competitivas.
Além disso, vamos conhecer Olivia, uma empreendedora determinada a lançar uma startup inovadora. Ela está ciente de que o conhecimento é um ativo valioso para o sucesso de sua empresa, mas ela tem se deparado com desafios. Olivia precisa entender como gerenciar o conhecimento de sua equipe e como criar um ambiente propício à geração de novas ideias e soluções, bem como deseja distinguir o conhecimento tácito do explícito e saber como transformar a experiência de sua equipe em inovação tangível.
Diante disso, como você, futuro profissional, pode ajudar Olivia a enfrentar esses desafios? Quais conceitos e estratégias você pode aplicar para auxiliá-la a aproveitar ao máximo o conhecimento em sua startup? Vamos explorar essas questões juntos, mas lembre-se de que a gestão do conhecimento não é apenas um conceito acadêmico, mas uma habilidade valiosa que você pode aplicar em sua vida profissional. Ao compreender esses princípios, você se prepara para lidar com os desafios do mercado e contribuir para a inovação em seu campo de atuação.
Vamos Começar!
Ciclo de vida das organizações
O ciclo de vida das organizações é um conceito intrigante que nos permite enxergar empresas e instituições como entidades vivas, sujeitas a mudanças e evolução ao longo do tempo. Assim como um ser humano passa por estágios distintos de nascimento, crescimento, maturidade e, por fim, envelhecimento, as organizações também seguem padrões recorrentes que podem ser observados em cada fase de sua existência.
Segundo Sabbag (2018), o ciclo de vida das organizações é uma representação que descreve a trajetória de uma organização desde a sua fundação até possíveis desfechos, como o encerramento das operações, e é composto de várias fases, cada uma com características distintas e desafios específicos. De acordo Sabbag (2018), para compreender o ciclo de vida das organizações, é importante observar as diferentes etapas:
- Nascimento: é o momento em que ela é fundada e legalmente constituída. Nessa fase, a organização enfrenta desafios intensos e aprende a comprar, produzir, controlar as finanças e entregar resultados. Tudo é novo, e a tentativa e o erro são comuns, assim como a estrutura orgânica. A organização depende fortemente dos seus fundadores.
- Infância: trata-se de uma fase de exploração, em que a organização começa a consolidar suas habilidades e testá-las constantemente. Cada iniciativa é realizada com entusiasmo, mas, muitas vezes, a organização assume compromissos que não pode cumprir à medida que cresce rapidamente. Durante essa fase, a organização procura definir sua própria identidade e modo de operar.
- Juventude: é caracterizada pelo estudo sistemático, planejamento e aquisição de equipamentos para melhorar a produtividade dos processos. Práticas se tornam normas, e compromissos são estabelecidos. Trata-se de uma fase conflituosa, com desafios de especialização e tensões entre os setores da organização. Decisões são frequentemente intuitivas e emocionais.
- Fase adulta: representa a plenitude da organização, em que tudo o que foi planejado está em operação eficaz, e ela tem uma visão clara de longo prazo. Trata-se de uma fase de estabilidade e desenvolvimento consistente
- Maturidade: é caracterizada pela estabilidade, com a identidade da organização bem estabelecida. Neste estágio, a organização prioriza a prevenção e a cautela, e as operações são bem organizadas e seguras.
- Crepúsculo: o crepúsculo é uma fase de transição, em que a organização enfrenta desafios de mudança e incerteza. Trata-se de um momento paradoxal, em que a visão de longo prazo pode ser menos clara.
- Declínio: o declínio pode ser resultado de fatores internos ou externos, como concorrência intensa ou mudanças no mercado, sendo, frequentemente, difícil de aceitar e compreender, mas a organização começa a enfrentar problemas sérios e necessita de tomadas de decisão difíceis.
- Aposentadoria: é caracterizada pela burocracia e pela repressão da criatividade e inovação. A organização começa a estrangular suas próprias capacidades e competências.
- Ocaso: a organização enfrenta desorganização, cizânia e isolamento interno. A saúde da organização se deteriora e surgem sinais de paranoia e desconfiança.
- Falência ou encerramento: o ciclo de vida da organização pode chegar ao fim com a falência ou encerramento, e isso pode ocorrer de forma gradual, com um período de declínio prolongado, ou de maneira súbita. Algumas organizações são liquidadas, outras quebram, enquanto a maioria é absorvida por outras entidades, perdendo sua identidade e história.
Compreender e reconhecer em qual fase o ciclo de vida da organização se encontra é essencial para tomar decisões informadas, adaptar estratégias e enfrentar os desafios específicos de cada estágio. Isso ajuda as organizações a se adaptarem, inovarem e a prosperar em um ambiente de negócios em constante evolução.
Siga em Frente...
Gestão do conhecimento
A gestão do conhecimento no nível organizacional desempenha um papel fundamental no mundo empresarial contemporâneo, e a importância desse processo vai muito além de uma mera tendência e está intrinsecamente ligada ao sucesso e à inovação das organizações. De acordo com Santos (2023), a gestão do conhecimento é a capacidade de se criar uma vantagem competitiva sustentável para as organizações; em um ambiente de negócios altamente dinâmico, as empresas que conseguem adquirir, armazenar e aplicar conhecimento de maneira eficaz se destacam; elas são mais ágeis na tomada de decisões e capazes de se adaptar rapidamente às mudanças no mercado e de inovar de forma consistente.
De acordo com Santos (2023), a gestão do conhecimento é um processo estratégico essencial para as organizações que desejam permanecer competitivas e inovadoras em um ambiente empresarial em constante evolução; ela envolve um ciclo contínuo de atividades e o uso de diversas ferramentas para se adquirir, criar, armazenar, disseminar e aplicar o conhecimento de maneira eficaz. Nesse contexto, o ciclo e as ferramentas da gestão do conhecimento desempenham um papel crucial, logo, vamos analisar cada etapa desse ciclo e as ferramentas associadas.
A primeira etapa do ciclo de gestão do conhecimento é a "geração de conhecimento". Nessa fase, as organizações utilizam uma série de ferramentas para coletar informações relevantes. O "datamining" ou mineração de dados é uma ferramenta que busca informações disponíveis em mídias eletrônicas, auxiliando na identificação de tendências e padrões; o benchmarking, por sua vez, é outra ferramenta importante e consiste em estudar as melhores práticas de gestão em um setor da indústria realizadas por empresas de alto desempenho; já o monitoramento ambiental envolve a observação sistemática e a coleta de dados do ambiente competitivo. Além disso, o uso de sistemas de "inteligência de negócios" ajuda a buscar, coletar e analisar dados para se tomar decisões mais informadas.
Na segunda etapa, de acordo com Santos (2023), realizar o "armazenamento" do conhecimento é fundamental. Aqui, as organizações criam bancos de dados para armazenar informações coletadas tanto interna quanto externamente. O "Data Warehouse" é uma ferramenta amplamente utilizada para comportar essas informações; a computação em nuvem e os sistemas de "gestão eletrônica de documentos" também são ferramentas importantes nessa fase, garantindo que o conhecimento esteja disponível e acessível quando necessário.
A terceira etapa, segundo Santos (2023), é a disseminação de conhecimento, que envolve tornar o conhecimento formalizado disponível para grupos de interesse, tanto dentro quanto fora da organização. Ferramentas como intranets, manuais de operação, sistemas de apoio à decisão (SAD), sistemas especialistas (SE), alianças e parcerias estratégicas, bem como a transferência tecnológica, desempenham um papel vital nesse processo.
A quarta etapa, para o autor supracitado, é a aplicação do conhecimento, em que o conhecimento é colocado em prática e integrado aos processos organizacionais, incluindo a tomada de decisões, a resolução de problemas e a inovação em produtos, serviços e processos. Nessa etapa, o conhecimento se transforma em ações tangíveis que impulsionam o sucesso e a evolução da organização.
Faz-se importante notar que a gestão do conhecimento não é um processo linear, mas, sim, um ciclo contínuo. As informações e o conhecimento são constantemente atualizados e refinados à medida que a organização aprende e se adapta. A eficácia da gestão do conhecimento depende não apenas das ferramentas, mas também da cultura organizacional que promove a aquisição, o compartilhamento e a aplicação do conhecimento.
Conhecimento tácito e conhecimento explícito
De acordo com Vieira (2016), o conhecimento pode ser classificado em duas categorias principais: conhecimento tácito e conhecimento explícito. O conhecimento tácito é o conhecimento que está enraizado na experiência prática, intuição, habilidades pessoais e insights individuais; é o tipo de conhecimento que as pessoas adquirem ao longo de suas vidas, muitas vezes, de maneira não estruturada. Já o conhecimento tácito é difícil de formalizar e transmitir a outras pessoas, porque está profundamente enraizado na mente de um indivíduo e é, muitas vezes, difícil de articular. Exemplos de conhecimento tácito incluem a habilidade de andar de bicicleta, a intuição de um médico ao diagnosticar um paciente ou o conhecimento prático de um chef na preparação de uma receita.
O conhecimento explícito, para Vieira (2016), é o conhecimento que pode ser formalizado e comunicado de maneira clara e estruturada; ele pode ser expresso por meio de palavras, números, gráficos, manuais, documentos e outras formas de comunicação escrita ou verbal. O conhecimento explícito é mais facilmente compartilhado e transferido entre pessoas e organizações, tornando-se fundamental para a documentação de processos, procedimentos, políticas e informações. Exemplos de conhecimento explícito incluem manuais de instruções, relatórios de pesquisa, documentos de políticas e procedimentos de uma organização.
De acordo com Santos (2023), o conceito do "espiral do conhecimento" é uma teoria proposta por Ikujiro Nonaka e Hirotaka Takeuchi em seu livro The Knowledge-Creating Company (1995). Essa teoria descreve como o conhecimento é criado e compartilhado dentro de organizações, enfatizando a importância da interação social e da transformação do conhecimento tácito em explícito. O modelo do "espiral do conhecimento" é frequentemente representado como uma espiral ascendente, em que o conhecimento é constantemente aprimorado e aprofundado. A teoria é dividida em quatro modos ou fases:
- Socialização: nesta primeira fase, o conhecimento tácito é compartilhado entre os indivíduos por meio da interação social, e isso ocorre, principalmente, por meio de observação, imitação, diálogo e experiências compartilhadas. Os indivíduos aprendem uns com os outros, absorvendo conhecimento tácito por meio da prática e da vivência.
- Externalização: na segunda fase, o conhecimento tácito é transformado em conhecimento explícito, e isso é feito pela articulação e expressão do conhecimento em palavras, diagramas, metáforas ou outras formas comunicáveis. A externalização envolve a criação de conceitos e modelos que podem ser compartilhados e compreendidos por outras pessoas.
- Combinação: na terceira fase, o conhecimento é organizado e estruturado, muitas vezes, em documentos formais, sistemas de informações ou manuais. A combinação permite que o conhecimento seja integrado em processos organizacionais, reunindo informações de diversas fontes e tornando-as acessíveis a todos.
- Internalização: a última fase é a internalização, na qual o conhecimento explícito é transformado novamente em conhecimento tácito, mas, agora, dentro das mentes dos indivíduos, e isso ocorre quando as pessoas aplicam o conhecimento explicitamente documentado em suas atividades diárias, internalizando-o por meio da prática e da experiência. O conhecimento torna-se parte de seu repertório pessoal.
Segundo Santos (2023), o "espiral do conhecimento" destaca a ideia de que o conhecimento é um processo dinâmico que envolve a interação contínua entre o conhecimento tácito e explícito. À medida que as pessoas compartilham, articulam, organizam e aplicam o conhecimento, ele evolui e se aprofunda. Esse modelo é especialmente relevante em contextos de gestão do conhecimento, em que as organizações buscam criar e compartilhar conhecimento para promover a inovação e a aprendizagem contínua, enfatizando a importância da colaboração, da comunicação e da transformação do conhecimento para impulsionar o crescimento e a melhoria organizacional.
Nesta aula, compreendemos que a gestão do conhecimento, aliada ao conceito do "espiral do conhecimento," representa uma abordagem poderosa para o desenvolvimento e crescimento contínuo de organizações. O espiral do conhecimento ressalta a dinâmica de como o conhecimento é criado, compartilhado e internalizado, enfatizando a importância da interação social e da transformação do conhecimento tácito em explícito. Essa abordagem permite que as organizações promovam a inovação, o aprendizado e adaptação ao ambiente em constante mudança.
Ao compreender e implementar efetivamente o ciclo do conhecimento, as organizações podem aprimorar sua capacidade de resolver problemas, tomar decisões informadas e, em última instância, alcançar um desempenho sustentável e competitivo. A gestão do conhecimento, com base no espiral do conhecimento, torna-se uma estratégia valiosa para as organizações que buscam prosperar em um mundo cada vez mais dinâmico e orientado pelo conhecimento.
Vamos Exercitar?
Olivia, a empreendedora, enfrenta o desafio de gerenciar o conhecimento em sua startup e promover a criação de um ambiente propício à inovação. Para enfrentar esses desafios, Olivia pode considerar as seguintes soluções:
- Compartilhamento de conhecimento: implementar ferramentas de compartilhamento de conhecimento, como intranets, redes sociais corporativas ou plataformas de colaboração, pode facilitar a disseminação de ideias e informações relevantes dentro da equipe, promovendo a criação de uma base de conhecimento acessível a todos.
- Gestão do conhecimento tácito: reconhecendo que a experiência prática de sua equipe contém valioso conhecimento tácito, Olivia pode criar fóruns ou grupos de discussão regulares a fim de que os membros da equipe compartilhem suas experiências e insights. Isso pode ajudar a externalizar o conhecimento tácito, transformando-o em explícito.
- Reconhecimento e recompensas: implementar um sistema de reconhecimento e recompensas que incentive a geração de novas ideias e a resolução de problemas. Reconhecer e premiar contribuições criativas pode motivar a equipe a buscar inovações.
- Feedback e avaliação contínua: estabelecer um processo contínuo de feedback e avaliação, permitindo que os membros da equipe expressem ideias e preocupações. Isso cria um ambiente em que a aprendizagem e a melhoria são encorajadas.
- Tecnologia e ferramentas de gestão do conhecimento: utilizar sistemas de gestão do conhecimento e tecnologias como Data Warehouses, Sistemas de Gestão Eletrônica de Documentos e soluções de colaboração online para armazenar, organizar e compartilhar informações de forma eficaz.
Essas soluções podem ajudar Olivia a superar os desafios da gestão do conhecimento e promover a criação de um ambiente inovador em sua startup. A combinação de uma cultura de aprendizado com o compartilhamento eficaz de conhecimento e práticas que valorizem a inovação pode impulsionar o sucesso de sua empresa no mercado competitivo.
Saiba mais
Recomendo que assista ao filme O Homem que Mudou o Jogo, que é uma ótima escolha para ampliar os conhecimentos, especialmente se estiver interessado em aprender como a análise de dados e a tomada de decisões baseadas em evidências podem ser aplicadas em diferentes contextos, não apenas no esporte. Esse filme oferece lições valiosas sobre inovação e gestão, destacando a importância de questionar métodos convencionais e adotar abordagens mais analíticas.
Sugerimos, também, a leitura do artigo Ecossistemas de inovação, desenvolvido pelo SEBRAE, para conhecer mais as formas de buscar apoio para inovação.
No livro Organização, Conhecimento e Educação, do Paulo Yazigi Sabbag, existe o capítulo com o título M-Learning – Mobile Learning, que aborda as formas de aprendizagem e o desenvolvimento do conhecimento.
Referências
PEREIRA, J. A.; TATTO, L.; BORDIN, R. A. O conhecimento e a sua gestão nas organizações: uma análise a partir da teoria crítica da sociedade. Jundiaí: Paco e Littera, 2020.
SABBAG, P Y. Organização, conhecimento e educação. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.
SANTOS, I. C. dos. Gestão da inovação e do conhecimento: uma perspectiva conceitual dos caminhos para o progresso. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2023.
TAKAHASHI, A. R. W. Competências, aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento. Curitiba: Intersaberes, 2015.
TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da inovação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
TIGRE, P. Gestão da inovação: uma abordagem estratégica, organizacional e de gestão de conhecimento. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
VIEIRA, R. da M. Gestão do conhecimento: introdução e áreas afins. 1. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário