Inovação e seus principais tipos de aplicação
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Ponto de Partida
Olá, estudante! Nesta aula, exploraremos os conceitos de inovação fechada e inovação aberta, bem como veremos os 10 tipos de inovação propostos por Larry Keeley. Esses conceitos desempenham papéis cruciais no mundo dos negócios, afetando a competitividade das empresas. A inovação fechada envolve o uso de recursos internos, enquanto a inovação aberta se baseia na colaboração externa. Larry Keeley categoriza a inovação em 10 tipos, abrangendo áreas como produtos, processos, organização e experiência do cliente; além disso, há perguntas a serem consideradas, por exemplo: como equilibrar essas abordagens? Quais tipos de inovação são mais relevantes para sua carreira? Como aplicar esses conceitos no mundo real.
Para compreender melhor os conteúdos a serem estudados, conheça a história do Pedro, que é um jovem empreendedor que acabou de iniciar sua própria empresa de tecnologia. Ele está determinado a tornar sua startup um grande sucesso, mas sabe que, para isso, precisa ser inovador e criativo. Pedro tem estudado os conceitos de inovação fechada e aberta, bem como os 10 tipos de inovação de Larry Keeley, e está ansioso para aplicar esses conhecimentos no seu empreendimento. Um dia, Pedro se deparou com um desafio: sua equipe estava trabalhando em um novo aplicativo de saúde e estava tendo dificuldades para diferenciar seu produto em um mercado competitivo. Pedro, então, lembrou-se dos tipos de inovação de Keeley e decidiu reunir sua equipe para uma sessão de brainstorming. Ao final da aula, saberemos mais sobre essa história!
A inovação é um campo dinâmico que pode moldar o futuro em vários setores, logo, esteja atento às oportunidades de inovação em seu campo de interesse, pois seu entusiasmo e curiosidade podem ser os impulsionadores do progresso em sua carreira.
Vamos Começar!
Inovação fechada versus inovação aberta
A inovação é um motor fundamental para o progresso e a competitividade em qualquer setor, e duas abordagens principais para impulsioná-la são a inovação fechada e a inovação aberta. Segundo Santos (2023), a inovação fechada, também conhecida como inovação interna, é uma abordagem em que uma organização desenvolve internamente novas ideias, produtos, processos ou tecnologias sem recorrer a colaborações ou parcerias externas, além disso, essa abordagem se baseia na crença de que a empresa detém o conhecimento, a expertise e os recursos necessários para inovar dentro de suas próprias fronteiras, mantendo um controle estrito sobre o processo de inovação. De acordo com Sanmartim (2012), a inovação fechada possui várias características distintas que a diferenciam de outras abordagens, como:
- Controle: a característica fundamental da inovação fechada é o controle total por parte da organização, e isso significa que a empresa mantém a propriedade intelectual de todas as inovações desenvolvidas, o que lhe confere a capacidade de gerenciar estrategicamente o uso e a divulgação dessas inovações.
- Sigilo: a inovação fechada, muitas vezes, envolve um alto nível de sigilo, uma vez que as empresas estão focadas em proteger suas ideias e tecnologias proprietárias, e isso pode incluir a utilização de acordos de confidencialidade e medidas de segurança para evitar vazamentos de informações.
- Recursos internos: as organizações que adotam a inovação fechada confiam, principalmente, em seus próprios recursos e expertise para impulsionar a inovação. Elas investem em pesquisa e desenvolvimento internos, laboratórios de inovação e equipes especializadas para conduzir o processo de criação.
- Autonomia: a inovação fechada permite que as empresas tenham controle total do ritmo e da direção da inovação, sem depender de terceiros, e isso proporciona flexibilidade para se adaptar às necessidades e estratégias específicas da organização.
A inovação fechada desempenha um papel importante em diversos contextos, especialmente em indústrias em que a propriedade intelectual e o segredo são cruciais. Além disso, tanto Santos (2023) como Sanmartim (2012) salientam que a inovação fechada oferece algumas vantagens significativas:
- Proteção de ativos intelectuais: a inovação fechada permite que as empresas protejam efetivamente seus ativos intelectuais e tecnologias proprietárias, minimizando o risco de vazamentos ou apropriação indevida.
- Foco na visão da empresa: a autonomia proporcionada pela inovação fechada permite que as organizações sigam sua própria visão e estratégia, sem compromissos externos que possam desviá-las de seus objetivos.
- Velocidade e eficiência: como não há necessidade de coordenação externa, a inovação fechada pode ser mais eficiente e rápida, permitindo o desenvolvimento ágil de novas soluções.
- Controle de custos: a organização tem controle dos custos de pesquisa e desenvolvimento, já que não precisa compartilhar recursos com parceiros externos.
Segundo Tajra e Ribeiro (2020), a inovação fechada também tem limitações; ela pode limitar a exposição a novas perspectivas e ideias externas, o que pode prejudicar a criatividade e a diversidade de abordagens, além disso, em um mundo cada vez mais globalizado e interconectado, a inovação fechada pode se tornar menos relevante em alguns setores, à medida que as empresas buscam colaborações e parcerias para enfrentar desafios complexos.
A fim de que possa compreender melhor a inovação fechada, utilizaremos o exemplo da Apple, a gigante da tecnologia californiana conhecida por desenvolver internamente tanto seu hardware quanto seu software, mantendo um controle rígido sobre seu ecossistema. Isso tudo permitiu à Apple criar produtos icônicos, como o iPhone e o MacBook, que se destacam pela qualidade e integração.
Em 2003, o acadêmico e pesquisador norte-americano Henry Chesbrough publicou o livro Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology, e ele foi fundamental na definição e popularização do conceito de inovação aberta, pois a inovação aberta desafiou a abordagem tradicional de inovação, na qual as empresas dependiam principalmente de seus próprios recursos e conhecimentos internos para desenvolver novos produtos, serviços e tecnologias.
Segundo Chesbrough et al. (2023), a ideia fundamental por trás da inovação aberta é que as organizações não devem se limitar à pesquisa e desenvolvimento internos, mas, sim, buscar ideias, insights e recursos fora de suas fronteiras. Esse novo paradigma de inovação reconhece que as melhores ideias podem surgir de fontes externas, como universidades, startups, fornecedores, clientes e até mesmo concorrentes. A colaboração e a abertura a contribuições externas são vistas como catalisadores essenciais para impulsionar a inovação de maneira mais rápida, eficaz e eficiente.
Para Tajra e Ribeiro (2020), a globalização, o avanço tecnológico e a crescente conectividade desempenharam um papel significativo no surgimento da inovação aberta. O acesso fácil à informação, a comunicação instantânea e as redes de colaboração global permitiram que as organizações se engajassem em redes de inovação mais amplas e diversificadas, e essa mudança de paradigma também é uma resposta à crescente complexidade do ambiente de negócios, à rápida obsolescência de tecnologias e à necessidade de atender às demandas dos clientes de forma mais ágil.
Segundo Santos (2017), as características distintivas da inovação aberta incluem a colaboração externa ativa, o fluxo contínuo de ideias e informações, a flexibilidade para se adaptar a mudanças no ambiente de negócios e a gestão estratégica de portfólio de inovação. Essa abordagem não apenas permite que as empresas acessem conhecimentos e recursos externos, mas também reduz riscos ao se compartilhar custos e responsabilidades com parceiros. Ela acelera a inovação, cria valor e estimula a criatividade e a diversidade de perspectivas.
O Google é uma das empresas mais proeminentes a adotar e promover a inovação aberta como parte central de sua estratégia de negócios; ele desenvolveu o sistema operacional Android como uma plataforma de código aberto para dispositivos móveis, e o Android é disponibilizado gratuitamente para fabricantes de smartphones e tablets, permitindo que eles personalizem e utilizem o sistema operacional em seus dispositivos, criando um ecossistema de dispositivos Android diversificado e amplamente adotado, com milhares de aplicativos desenvolvidos por terceiros na Google Play Store.
De acordo com Chesbrough et al. (2017), a inovação aberta representa uma ruptura com o modelo tradicional de pesquisa e desenvolvimento (P&D) que prevalecia nas organizações. Esse novo paradigma destaca a permeabilidade das fronteiras organizacionais para o fluxo de conhecimento. Diferentes tipos de inovação aberta emergem como estratégias cruciais para empresas que buscam competitividade e sustentabilidade em mercados dinâmicos. Vamos conhecê-los, conforme as explicações de Chesbrough et al. (2017):
- Inovação inbound (entrada): envolve a absorção de ideias e tecnologias externas para melhorar os processos internos. Este modelo reflete a compreensão de que nem todo conhecimento útil reside dentro da organização. Portanto, a colaboração com universidades, institutos de pesquisa, startups e até concorrentes pode ser um caminho para acelerar a inovação e reduzir os custos de P&D.
- Inovação outbound (saída): foca na externalização de inovações internas não utilizadas. Isso pode incluir a venda ou licenciamento de patentes, a criação de spin-offs ou a formação de joint ventures. Este tipo de inovação aberta reconhece que nem toda inovação gerada internamente se alinha com os objetivos estratégicos da empresa, mas pode gerar valor em outras aplicações ou mercados.
- Inovação aberta colaborativa: destaca o codesenvolvimento de novas tecnologias ou produtos entre diferentes organizações. Esta abordagem não apenas compartilha riscos e custos, mas também combina competências distintas, resultando em inovações que seriam difíceis de alcançar isoladamente.
- Inovação em rede: é uma extensão da colaborativa, utiliza redes e ecossistemas de inovação, incluindo fornecedores, clientes e até concorrentes, para criar e compartilhar conhecimento. Essa abordagem reconhece que a inovação é frequentemente um processo distribuído e que o conhecimento necessário pode estar disperso em diferentes atores.
- Inovação aberta interna: aplica os princípios da inovação aberta dentro das fronteiras organizacionais, incentivando a colaboração e o compartilhamento de ideias entre diferentes departamentos e unidades de negócios.
Os tipos de inovação aberta representam uma abordagem holística e multifacetada para a criação de valor. Ao adotá-los, as empresas não apenas aceleram seu próprio processo de inovação mas também contribuem para um ecossistema mais amplo de conhecimento e desenvolvimento tecnológico.
Siga em Frente...
10 tipos de inovação: modelo de Larry Keeley
O desafio de se manter competitivo em um mundo de negócios em constante evolução leva as empresas a buscar continuamente maneiras de inovar. Nesse cenário, o modelo dos "10 tipos de inovação," desenvolvido por Larry Keeley e sua equipe na Doblin, uma empresa de consultoria de design e inovação, surgiu como uma estrutura poderosa para entender a inovação de maneira abrangente.
Segundo Keeley (2015), a estrutura destaca as diversas dimensões nas quais a inovação pode ocorrer, oferecendo às organizações uma visão clara de como melhorar seus produtos, serviços e operações. Ao explorarem esses 10 tipos de inovação (figura a seguir), as empresas podem desenvolver uma estratégia mais completa e eficaz para se destacarem no setor de que fazem parte e atender às crescentes demandas dos clientes e do mercado.
As 10 categorias de inovação propostas por Keeley (2015) são as seguintes:
- Inovação em modelo de lucro: refere-se a mudanças na forma como uma empresa gera receita e obtém lucro, podendo envolver a introdução de novas fontes de receita, modelos de precificação, estratégias de monetização, entre outros.
- Inovação em rede: trata da criação ou otimização de parcerias, alianças e colaborações com outras empresas ou organizações. A inovação pode ocorrer nas relações entre empresas e na forma como elas se conectam para criar valor.
- Inovação em estrutura: envolve mudanças na organização e nas práticas de gestão, e isso pode incluir alterações na estrutura organizacional, na cultura corporativa e na forma como a empresa é gerenciada.
- Inovação em processo: refere-se às melhorias em métodos de produção, operações e logística. Essas inovações têm o potencial de aumentar a eficiência, reduzir custos e otimizar o fluxo de trabalho.
- Inovação em produto: trata da criação ou aprimoramento de produtos ou serviços, e isso pode envolver a introdução de novos recursos, design, funcionalidades ou a oferta de soluções inovadoras para atender às necessidades dos clientes.
- Inovação em desempenho: envolve melhorias no desempenho dos produtos ou serviços, como aumentar a velocidade, a capacidade, a qualidade, a confiabilidade ou qualquer outro aspecto que possa tornar o produto ou serviço superior.
- Inovação em serviço: refere-se à criação de uma plataforma que permite a integração de diferentes produtos e serviços. Plataformas podem atuar como ecossistemas que acomodam várias soluções em um único ambiente.
- Inovação em canal: trata da forma como os produtos ou serviços são entregues aos clientes, e isso pode incluir novos canais de distribuição, estratégias de marketing e formas de se alcançar o público-alvo.
- Inovação em marca: envolve a construção e o gerenciamento da identidade da marca. A inovação em marca visa à criação de uma marca forte, reconhecível e que ressoe com os consumidores.
- Inovação em cliente: refere-se à personalização da experiência do cliente. A inovação nessa dimensão visa entender as necessidades dos clientes e adaptar os produtos, serviços e processos para atender a essas necessidades de maneira mais eficaz.
Essas 10 categorias de inovação fornecem uma estrutura abrangente para que as empresas analisem e planejem suas iniciativas de inovação. Ao considerar cada uma dessas dimensões, as organizações podem identificar oportunidades de melhoria e desenvolver estratégias de inovação mais completas e eficazes.
Até aqui, vimos que a inovação fechada e aberta representam abordagens distintas para a busca de inovação, com a primeira focando a geração interna de ideias e a segunda a colaboração externa. As 10 categorias de inovação de Larry Keeley fornecem um guia abrangente para explorar diversas dimensões de inovação; juntas, essas abordagens e categorias capacitam as empresas a prosperar em um ambiente empresarial dinâmico, impulsionando a criatividade, melhorando produtos e serviços e, assim, garantindo a competitividade a longo prazo. A inovação é fundamental para o crescimento e sucesso das organizações, independentemente da abordagem adotada.
Vamos Exercitar?
Pedro, um jovem empreendedor, estava enfrentando um desafio em sua startup de tecnologia. Ele estava desenvolvendo um aplicativo de saúde, mas lutava para se destacar em um mercado competitivo. Pedro sabia que a inovação seria a chave para o sucesso, e, com base em seus estudos sobre inovação fechada, aberta e os 10 tipos de inovação de Larry Keeley, ele percebeu que havia uma necessidade premente de encontrar soluções criativas.
Para resolver esse problema, primeiro, Pedro e a sua equipe exploraram a inovação de produto, considerando como adicionar recursos únicos ao aplicativo para torná-lo mais atraente aos usuários; em seguida, eles analisaram a inovação de processo, buscando maneiras de tornar o desenvolvimento mais eficiente e rápido. Pedro também incentivou a equipe a pensar em como poderiam inovar a experiência do cliente, tornando o aplicativo mais amigável e engajador, bem como viu a oportunidade de se envolver em inovação aberta. Ele procurou parcerias com clínicas de saúde locais e universidades para obter insights e conhecimentos especializados em saúde digital, e isso não apenas enriqueceu o conhecimento da equipe, mas também fortaleceu as relações com outros players do setor.
Com a aplicação dos princípios de inovação de Larry Keeley, a startup de Pedro conseguiu lançar um aplicativo de saúde verdadeiramente inovador, eles ofereceram uma experiência de usuário única, implementaram eficiências de processo que reduziram os custos de desenvolvimento e estabeleceram parcerias estratégicas que impulsionaram o crescimento do negócio.
Pedro percebeu que, ao entender e aplicar os conceitos de inovação de forma criativa, é possível superar desafios e destacar-se em um mercado competitivo. Sua jornada de inovação está apenas começando, e ele está animado a continuar explorando as possibilidades ilimitadas que a inovação oferece em sua carreira empreendedora.
Saiba mais
A fim de que possa ampliar os seus conhecimentos, recomendamos que assista à série Vale do Silício, que é uma série de comédia que conta a história de um grupo de empreendedores que tentam criar uma startup bem-sucedida no Vale do Silício. A serie explora temas relacionados à inovação, ao empreendedorismo e ao equilíbrio entre as inovações aberta e fechada no mundo da tecnologia.
Leia o artigo Veja 4 tipos de inovação que você pode implementar na sua empresa, desenvolvido pelo SEBRAE, para compreender os tipos de inovação que podem mudar a organização.
Além disso, leia o capítulo 8 do livro Inovação pelas Pessoas, do autor Marcos Vasconcellos. Nele, você conhecerá a importância dos sistemas de ideias.
Referências
BESWICK, C.; BISHOP, D.; GERAGHTY, J. Inovação: como implementar uma cultura de inovação na sua empresa e prosperar. Belo Horizonte: Autêntica Business, 2023.
CHESBROUGH, H.; VANHAVERBEKE, W.; WEST, J. Novas fronteiras em inovação aberta. São Paulo: Blucher, 2017.
KEELEY, L. et al. Dez tipos de inovação: a disciplina de criação de avanços de ruptura. São Paulo: DVS, 2015.
SANMARTIM, S. M. Criatividade e inovação na empresa: do potencial à ação criadora. São Paulo: Trevisan, 2012.
SANTOS, I. C. dos. Gestão da inovação e do conhecimento: uma perspectiva conceitual dos caminhos para o progresso. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2023.
TAJRA, S.; RIBEIRO, J. Inovação na prática. Rio de Janeiro: Alta Books, 2020.
VASCONCELLOS, M. Inovação pelas pessoas. Rio de Janeiro: Alta Books, 2021.
WECHSLER, S.; BRAGOTTO, D.; GIGLIO, Z. Da criatividade à inovação. Campinas: Papirus, 2022.
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