Startups
Estudante, esta videoaula foi preparada especialmente para você. Nela, você irá aprender conteúdos importantes para a sua formação profissional. Vamos assisti-la?
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Bons estudos!
Ponto de Partida
Estudante, nesta aula, exploraremos o emocionante mundo das startups focando três aspectos cruciais. Primeiro, discutiremos o conceito de startups e seu papel na economia moderna; em seguida, analisaremos o "vale da morte" enfrentado por muitas startups, um período crítico em seu desenvolvimento; por fim, abordaremos os desafios e estratégias para escalar com sucesso um negócio inicial.
Com a crescente importância das startups no cenário econômico, compreender esses tópicos é essencial para futuros empreendedores, investidores e profissionais de negócios. As startups representam um motor de inovação, criando soluções inovadoras e impactando diversos setores, no entanto, a taxa de falha é alta, especialmente durante o "vale da morte," tornando-se crucial entender os desafios envolvidos.
A fim de aprofundarmos os estudos de startups, vamos entender o caso da Maria, uma palestrante experiente e apaixonada por empreendedorismo. Ela foi convidada a dar uma palestra em uma conferência local sobre startups, e sua missão é clara: explicar o conceito de uma startup, explorar o desafio "vale da morte" que muitas enfrentam e discutir os obstáculos e estratégias para se escalar um negócio inicial.
A jornada pelo mundo das startups é empolgante, desafiadora e repleta de oportunidades. Ao compreender os conceitos fundamentais e os desafios associados a essas empresas inovadoras, você está preparado para explorar seu potencial e contribuir de maneira significativa para a economia e a sociedade. Portanto, esteja atento, participe ativamente da discussão e comece a vislumbrar como esses princípios podem ser aplicados em sua carreira e no mundo dos negócios. O aprendizado é o primeiro passo para o sucesso!
Vamos Começar!
Startup: características e estágios
A palavra "startup" tem origem na língua inglesa e é derivada do verbo to start up, que significa iniciar ou começar. O termo começou a ser amplamente usado nos Estados Unidos durante a década de 1970, especialmente no contexto das empresas de tecnologia e informática. Com o tempo, startup passou a se referir a empresas jovens, geralmente, de base tecnológica, que estão em seus estágios iniciais de desenvolvimento e têm potencial para crescimento rápido. A popularização do termo aconteceu durante a bolha das empresas de internet na década de 1990 e, desde então, tornou-se comum no mundo dos negócios e empreendedorismo global.
A Lei Complementar n° 182/2021, popularmente chamada de Marco Legal das Startups, introduziu significativas alterações e regulamentações inovadoras para esse segmento empresarial. Seu propósito principal é promover e aprimorar o empreendedorismo inovador no Brasil, impulsionando, ao mesmo tempo, a modernização do cenário de negócios. No seu capítulo II, artigo 4º, as startups são definidas como “As organizações empresariais ou societárias, nascentes ou em operação recente, cuja atuação caracteriza-se pela inovação aplicada a modelo de negócios ou a produtos ou serviços ofertados” (Brasil, 2021, [s. p.]).
Ries (2012, p. 14-15) comenta sobre o objetivo da startup:
Startups existem não apenas para fabricar coisas, ganhar dinheiro ou mesmo atender clientes. Elas existem para aprender a desenvolver um negócio sustentável. Essa aprendizagem pode ser validada cientificamente por meio de experimentos frequentes que permitem aos empreendedores testar cada elemento de sua visão.
Para Vilenky (2021), na essência das startups encontra-se uma abordagem inovadora na maneira como concebem soluções para desafios reais, caracterizando-se pela constante criação e aprimoramento de suas soluções, ao mesmo tempo em que mantêm uma postura inovadora por definição. Portanto, para que uma empresa possa se enquadrar na categoria de startup, é fundamental que ela demonstre algumas características essenciais que a habilitem a adotar esse modelo:
- Ser inovadora: a inovação em uma startup se refere à capacidade de pensar de forma criativa e original para resolver problemas existentes ou atender às necessidades dos clientes de maneira única. Envolve o desenvolvimento de produtos, serviços ou modelos de negócios que se destacam no mercado devido à sua originalidade. Exemplo: a SpaceX, uma empresa de exploração espacial fundada por Elon Musk, é um excelente exemplo de inovação, revolucionando a indústria espacial ao desenvolver foguetes reutilizáveis e tornando as viagens espaciais mais acessíveis e sustentáveis.
- Ser escalável: escalabilidade em uma startup se refere à capacidade de crescer de maneira eficaz e rápida, aumentando a receita sem um aumento proporcional nos custos. Isso permite que a empresa expanda suas operações e alcance um público mais amplo. Exemplo: o Slack, um aplicativo de comunicação empresarial, é um exemplo de escalabilidade, pois começou como uma ferramenta para equipes e, à medida que ganhou popularidade, expandiu-se para atender a grandes empresas, mantendo custos operacionais relativamente baixos.
- Ser dinâmica: dinamismo em uma startup significa ser ágil na tomada de decisões, adaptar-se rapidamente às mudanças no mercado e responder eficazmente a desafios imprevistos, bem como envolve a flexibilidade e a disposição para ajustar o curso quando necessário. Exemplo: o Zoom Vídeo Communications é um exemplo de startup dinâmica. Durante a pandemia de COVID-19, eles adaptaram rapidamente sua plataforma de videoconferência para atender às necessidades de trabalho remoto e educação a distância, respondendo às mudanças na demanda do mercado.
- Ser automatizada: a automação envolve a capacidade de uma startup entregar produtos ou serviços de maneira eficiente, padronizada e consistente em larga escala, muitas vezes, por meio de processos automatizados, reduzindo custos e melhorando a eficiência operacional. Exemplo: a Amazon é um exemplo notável de automação em uma startup. Eles usam robôs em seus centros de distribuição para automatizar o processo de embalagem e envio de pedidos, permitindo-lhes atender a um grande número de clientes de forma eficaz e consistente.
Segundo Alves (2020), os estágios da evolução de uma startup são fundamentais para se compreender como uma ideia inicial se transforma em um negócio de sucesso. Vamos explorar em detalhes cada um desses estágios: hipótese, validação, negócio e escala.
- O estágio da hipótese é o ponto de partida de uma startup. Nesse estágio, os empreendedores têm uma ideia inicial, que é uma suposição ou uma hipótese de como resolver um problema ou atender a uma necessidade do mercado. Nesse ponto, muitas perguntas permanecem sem resposta, e o principal objetivo é validar se a ideia tem potencial.
- No estágio validação, a startup se concentra em validar suas hipóteses iniciais, e isso envolve testar o conceito no mercado real para determinar se ele é viável e se os clientes estão dispostos a usá-lo.
- No estágio negócio, a startup está pronta para transformar-se em um negócio plenamente funcional. As hipóteses foram validadas e a startup tem um modelo de negócios sólido e uma base de clientes que continua crescendo.
- A fase de escala é quando a startup busca um crescimento acelerado e a expansão para mercados nacionais e internacionais. O objetivo é se tornar uma empresa de grande porte com presença global.
Siga em Frente...
O desafio de escalar o negócio
Para Alves (2020), escalar um negócio em uma startup é uma ambição que muitos empreendedores almejam, no entanto, esse caminho é permeado por desafios significativos que demandam abordagens estratégicas e resiliência. A gestão de recursos humanos se torna uma questão central à medida que a startup cresce, e a necessidade de aumentar a equipe é inevitável, mas encontrar, atrair e manter talentos qualificados é uma tarefa desafiadora. Além disso, manter uma cultura organizacional coesa e alinhada com a visão da empresa torna-se mais complexo com o crescimento, e isso pode ser ainda mais complicado quando a equipe é distribuída geograficamente.
Outro ponto a ser considerado, segundo Alves (2020), é a escassez de recursos financeiros, que é um obstáculo recorrente para startups em crescimento. À medida que buscam expandir suas operações, precisam de investimentos significativos para cobrir despesas como marketing, infraestrutura e contratação. A falta de capital pode atrasar o crescimento e prejudicar a capacidade de se competir eficazmente no mercado.
De acordo com Alves (2020), a tecnologia desempenha um papel crítico no crescimento, e a escalabilidade tecnológica se torna um fator-chave. Problemas nessa área, como infraestrutura de TI incapaz de acompanhar o aumento na demanda podem resultar em quedas no serviço, tempos de inatividade e insatisfação dos clientes, portanto, manter sistemas eficientes e escaláveis é essencial.
Segundo Alves (2020), manter a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos é fundamental, mas isso se torna mais complexo à medida que a empresa cresce. O controle de qualidade é um desafio constante, e manter padrões elevados é essencial para atender às expectativas dos clientes.
“Vale da morte”
O "vale da morte" (em inglês, valley of death) é um termo frequentemente utilizado no contexto das startups e do empreendedorismo para se referir a um estágio crítico e desafiador no desenvolvimento de uma nova empresa.
Segundo Gulbrandsen (2009), o "vale da morte" ocorre, geralmente, após a fase inicial de financiamento de uma startup. Nesse ponto, a empresa já utilizou os recursos iniciais, como investimentos de fundadores, investidores anjo ou capital semente, para desenvolver seu produto ou serviço e lançá-lo no mercado, no entanto, ela ainda não é capaz de gerar receita suficiente para cobrir seus custos operacionais. Trata-se de uma fase crítica, em que a startup se vê em uma posição de "queima de caixa", gastando mais dinheiro do que ganhando, e os principais desafios do "Vale da Morte" são:
- Obtenção de financiamento adicional: para continuar operando e crescer, a startup, muitas vezes, precisa atrair novos investidores ou obter financiamento adicional, e isso pode ser uma tarefa desafiadora, pois os investidores procuram evidências de que a empresa é viável.
- Validação do modelo de negócios: a startup precisa demonstrar que seu modelo de negócios é viável e que existe demanda suficiente pelo que ela oferece, e isso envolve encontrar um mercado-alvo, ganhar tração e provar que o produto ou serviço atende a uma necessidade real.
- Pressão por resultados: a pressão é alta para alcançar resultados mensuráveis e tangíveis, e o fracasso em mostrar progresso pode levar a dificuldades na aquisição de mais financiamento ou ao desinteresse de investidores.
- Superar a incerteza do mercado: o mercado pode ser altamente competitivo e volátil, logo, as startups devem ser ágeis e capazes de se adaptar a mudanças nas condições do mercado.
O "vale da morte" é uma etapa crítica e desafiadora no desenvolvimento de startups, mas também uma oportunidade de aprendizado e crescimento. Consciente dos desafios que esse período apresenta, uma startup pode criar estratégias mais sólidas, atrair investidores e, eventualmente, alcançar o sucesso a longo prazo. Trata-se de um estágio inevitável e valioso na jornada empreendedora, em que a resiliência e a determinação desempenham um papel fundamental.
Até aqui, estudamos que as startups representam a essência da inovação e da ousadia empreendedora, buscando revolucionar mercados, impulsionar mudanças e oferecer soluções inovadoras. Já o "vale da morte" representa um momento crítico nessa jornada, em que os recursos iniciais se esgotam e a incerteza do mercado é elevada, no entanto, é nesse ponto de inflexão que a resiliência e a capacidade de adaptação se tornam os trunfos mais valiosos. Aqueles que superam o "vale da morte", frequentemente, emergem mais fortes, demonstrando a viabilidade de seus modelos de negócio e deixando um legado de sucesso duradouro.
Vamos Exercitar?
Maria subiu ao palco com entusiasmo e se dirigiu à plateia ansiosa: "Vamos falar sobre startups, que são empresas inovadoras, frequentemente de pequeno porte, que buscam soluções criativas para problemas, muitas vezes, utilizando tecnologia. O que as diferencia das empresas tradicionais é sua busca contínua por crescimento e adaptabilidade ao mercado."
A plateia, por sua vez, ansiava por mais, e Maria continuou: "Agora, falemos sobre o ‘vale da morte’, que diz respeito a um período crítico, em que startups enfrentam desafios financeiros ao tentar crescer. É como uma planta pequena que precisa se expandir para sobreviver, e muitas lutam para encontrar investidores, clientes ou estratégias sólidas."
A audiência estava atenta, ciente da importância do tema, logo, Maria prosseguiu sorrindo: "Há soluções para superar o ‘vale da morte’. Buscar investidores, como fundos de capital de risco, é uma estratégia comum; além disso, o controle financeiro e a compreensão do mercado são essenciais, bem como a adaptabilidade e a resiliência, pois muitas startups enfrentam desafios antes do sucesso."
Maria, por fim, encerrou com uma mensagem inspiradora: "o empreendedorismo é desafiador, mas recompensador. Compreender startups, o 'vale da morte' e estratégias de escalabilidade pode levar ao sucesso. Mantenham a curiosidade, aprendam com os erros e nunca desistam”.
Saiba mais
A fim de que possa ampliar os seus conhecimentos de startups, sugerimos que assista ao filme A Rede Social (2010), dirigido por David Fincher, que narra a história da criação do Facebook por Mark Zuckerberg e seus colegas da Universidade de Harvard.
Leia, também, o artigo do SEBRAE intitulado A taxa de sobrevivência das empresas no Brasil; nele você verá elementos que concorreram para o encerramento das empresas.
Ouça o podcast Start Podcast, apresentado por Fabrício Carraro e Marcus Wilkerson, que discute tópicos relacionados a startups, inovação e empreendedorismo, trazendo insights de convidados e especialistas da área.
Referências
ALESSI, A. C. M. Gestão de startups: desafios e oportunidades. Curitiba: InterSaberes, 2022.
ALVES, E. B. Gestão de startups e coworking. São Paulo: Contentus, 2020.
BRASIL. Lei Complementar nº 182, de junho de 2021. Institui o marco legal das startups e do empreendedorismo inovador; e altera a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Brasília, DF, 2021. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp182.htm. Acesso em: 26 dez. 2023.
GULBRANDSEN, K. E. Bridging the valley of death: The rhetoric of technology transfer. 2009. Tese (Doutorado em Filosofia) — Iowa State University, Ames, 2009. Disponivel em: https://dr.lib.iastate.edu/entities/publication/d8046ea0-c35d-43a5-85e0-00793a084ee9. Acesso em: 22 dez. 2023.
MAURYA, A. Comece sua startup enxuta. São Paulo: Saraiva, 2018.
MELLO, C. de M.; ALMEIDA NETO, J. R. M. de; PETRILLO, R. P. Para compreender as startups. Rio de Janeiro: Processo, 2022.
MICELI, A. L. C.; SALVADOR, D. O. Startups: nos mares dos dragões. Rio de Janeiro: Brasport, 2019.
ORTIZ, F. C. Criatividade, inovação e empreendedorismo: startups empresas digitais na economia. São Paulo: Phorte, 2021.
Ries, E. A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas. São Paulo: Lua de Papel, 2012.
VILENKY, R. Startup: transforme problemas em oportunidade de negócios. São Paulo: Saraiva Educação, 2021.
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