Perspectivas Lean no empreendedorismo
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Ponto de Partida
Nesta aula, abordaremos conceitos fundamentais da metodologia Lean startup, com foco especial no MVP (Produto Mínimo Viável) e no Ciclo Lean startup, e exploraremos como essas abordagens revolucionaram a forma como as empresas desenvolvem produtos e serviços, destacando sua importância na economia moderna.
A metodologia Lean startup, criada por Eric Ries, transformou a maneira como as empresas inovam e lançam produtos. Sua ênfase na agilidade, na validação de hipóteses e na aprendizagem constante tem se mostrado crucial para startups e empresas estabelecidas; aliás, o entendimento e a aplicação desses conceitos podem promover a economia de recursos, reduzir riscos e aumentar as chances de sucesso no mercado.
O empreendedor Luiz Fernando deseja conhecer a metodologia, logo, ele elaborou uma lista de perguntas com as suas dúvidas, sendo elas: o que é Lean startup e por que é importante? Como definir e criar um MVP (Produto Mínimo Viável)? Qual é o ciclo Lean startup e como ele ajuda as empresas a inovar? Quais são os princípios do Lean startup e como podem ser aplicados no cotidiano profissional? Como o ciclo de construir, medir e aprender influencia a tomada de decisões nas empresas?
Estudante, você está preparado para embarcar em uma jornada de aprendizado que mudará a maneira como você vê a inovação e o empreendedorismo? A metodologia Lean startup é mais do que uma simples teoria, é uma abordagem prática que pode transformar ideias em produtos bem-sucedidos. Ao entender como criar um MVP, medir o progresso e aprender com os dados, você se torna um profissional mais eficaz e adaptável em qualquer setor. Esse conhecimento não é apenas teórico, é uma ferramenta poderosa para o sucesso profissional e o crescimento de empresas, portanto, mergulhe nesta aula, mantenha a mente aberta e esteja pronto para aplicar esses conceitos em seu futuro profissional. A inovação está ao alcance de todos, e você está no caminho certo para dominá-la!
Vamos Começar!
Lean startup
Eric Ries, um dos nomes mais influentes no mundo do empreendedorismo e da inovação, apresentou-nos a revolucionária filosofia da Lean startup, mas como surgiu a Lean startup? Para Alessi (2022), precisamos, primeiro, lembrar os 12 princípios do Manifesto Ágil, que enfatizam a necessidade de trabalhar em ciclos curtos, manter um olhar constante sobre os detalhes e cultivar equipes motivadas, integradas e auto-organizadas. Essa abordagem ágil é fortemente influenciada pela filosofia do pensamento enxuto, originada a partir do Lean manufacturing ou manufatura enxuta.
De acordo com Alessi (2022), o Lean manufacturing teve sua origem após a Segunda Guerra Mundial e foi desenvolvido a partir do Sistema Toyota de Produção, tendo como elementos principais: começar projetos de forma simples, minimizar desperdícios, avaliar constantemente os resultados e buscar melhorias continuamente. Inspirado por esses princípios, Eric Ries, um empreendedor do Vale do Silício, introduziu o conceito de Lean startup em 2011, que é uma aplicação direta dos princípios enxutos ao processo de inovação.
A Lean startup, como proposta por Ries (2012), representa a busca por eficiência e adaptação na criação de empresas e produtos. Ela se concentra em desenvolver versões iniciais simplificadas (MVPs) de produtos, medir as reações dos clientes e aprender com essas respostas, a fim de aprimorar e adaptar rapidamente o curso do empreendimento e evitar o desperdício de recursos valiosos em ideias que possam não ser bem recebidas pelo mercado, bem como incentiva a inovação constante e a busca por soluções orientadas pelo cliente.
Em essência, a Lean startup é a resposta à volatilidade do mundo dos negócios, promovendo uma abordagem ágil e eficaz para o processo de inovação. Alves (2020, p. 46) entende Lean startup como:
Um método de simplificação das ações (e da elaboração dos produtos) que busca uma maior eficácia. Nesse método, os empreendedores devem ouvir seus clientes fazendo uma ação de customer development, que significa testar as suas hipóteses conversando com os potências usuários para chegar ao seu MVP (Produto Mínimo Viável).
Perceba que o Lean startup parte do princípio de que se deve simplificar todas as etapas do desenvolvimento de um negócio ou produto, eliminando tarefas e recursos desnecessários que não agregam valor real. A simplificação é adotada para tornar o processo mais ágil e eficaz, no entanto, para isso, é essencial ouvir atentamente os clientes, por meio de ações de customer development, que envolvem a validação de hipóteses por meio de interações diretas com os potenciais usuários, permitindo que os empreendedores ajustem seus produtos de acordo com o feedback real e, finalmente, cheguem ao MVP (Produto Mínimo Viável), que é a versão inicial e essencial do produto capaz de atender às necessidades dos clientes.
Siga em Frente...
MVP (Produto Mínimo Viável)
O MVP é o acrônimo de Minimum Viable Product, que, em português, significa Produto Mínimo Viável. Segundo Ries (2012), é a versão mais básica de um produto ou serviço que ainda consegue atender às necessidades essenciais dos clientes e oferecer valor. Em vez de desenvolver um produto completo com todos os recursos imagináveis, o MVP se concentra em fornecer apenas o conjunto mínimo de recursos necessários para resolver um problema específico ou atender a uma necessidade crucial do cliente.
Portanto, conhecer as características-chave do MVP é fundamental para se compreender como essa abordagem pode ser eficaz no desenvolvimento de produtos e serviços. As características segundo Ries (2012), são:
- Simplicidade: o MVP é notavelmente simples; ele consiste apenas nos recursos essenciais necessários para resolver um problema específico ou atender a uma necessidade crítica do cliente. A simplicidade é priorizada para garantir um desenvolvimento rápido e direcionado.
- Validação de hipóteses: o MVP é projetado para testar hipóteses críticas; em vez de supor o que os clientes desejam, os empreendedores usam o MVP para validar ou refutar suas suposições sobre o mercado, os problemas a serem resolvidos e as soluções propostas, reduzindo o risco de desenvolverem produtos que não tenham demanda no mercado.
- Feedback dos clientes: uma das características mais importantes do MVP é a coleta de feedback dos clientes. Uma vez que o MVP está no mercado, os empreendedores interagem com os usuários finais para obter insights sobre o que funciona, o que não funciona e quais melhorias são necessárias. Esse feedback é fundamental para se aprimorar o produto.
- Iteração contínua: com base no feedback dos clientes, o MVP passa por iterações contínuas, e isso significa que o produto é aprimorado e refinado ao longo do tempo, à medida que novas versões são lançadas com base no aprendizado e nas necessidades reais do mercado. A iteração contínua é uma parte essencial da abordagem MVP.
- Desenvolvimento rápido: a ênfase no desenvolvimento rápido é outra característica do MVP. A simplicidade e a priorização dos recursos essenciais permitem que as equipes de desenvolvimento criem e lancem o MVP em um curto espaço de tempo, e isso é crucial para se obter feedback rapidamente e fazer iterações.
- Foco no cliente: o MVP coloca o cliente no centro do processo de desenvolvimento. A abordagem é orientada pelo cliente, visando atender às reais necessidades dos usuários, sendo essa uma mudança de paradigma em relação ao desenvolvimento tradicional, que, muitas vezes, concentra-se nas suposições internas da empresa.
- Redução de desperdício: ao criarem um MVP, as empresas evitam o desperdício de recursos em recursos e funcionalidades que não sejam necessários ou desejados pelos clientes, tornando o desenvolvimento mais eficiente e econômico.
- Teste no ambiente real: o MVP é testado no ambiente real do mercado, e isso permite que as empresas obtenham dados reais e feedback autêntico, em vez de confiar em simulações ou pesquisas teóricas.
- Minimização de riscos: ao lançarem um MVP no mercado, as empresas reduzem o risco de fracasso. Se o MVP não for bem-sucedido, o impacto financeiro e de tempo será limitado, permitindo que as empresas pivotem, adaptem-se e aprendam com os erros.
As características-chave do MVP representam uma abordagem focada na simplicidade, validação, feedback, agilidade e orientação pelo cliente. Essas características são fundamentais para garantir que o desenvolvimento de produtos seja direcionado pelo mercado, eficaz e capaz de criar soluções que realmente atendam às necessidades dos clientes. O MVP é uma ferramenta valiosa para a inovação e o empreendedorismo, pois permite que as empresas evitem desperdícios e se adaptem rapidamente às demandas do mercado em constante evolução.
Agora que conhecemos a importância do MVP, vamos conhecer exemplos notáveis de empresas que utilizaram o MVP em suas jornadas de desenvolvimento de produtos, destacando casos nacionais e internacionais.
- Dropbox (EUA): o Dropbox, um dos líderes globais em armazenamento em nuvem, lançou um MVP que consistia em um vídeo explicativo que demonstrava como o serviço funcionaria antes de construir a infraestrutura completa. Isso permitiu que a empresa medisse o interesse do mercado e a demanda antes de investir recursos substanciais.
- Twitter (EUA): o Twitter começou como um MVP incrivelmente simples, permitindo aos usuários postar mensagens curtas de texto (tweets). Sua abordagem centrada na simplicidade conquistou o público, e, com base no feedback dos usuários, foram adicionados recursos como retweets, seguidores e hashtags.
- Nubank (Brasil): o Nubank, uma das principais fintechs da América Latina, lançou seu MVP com um cartão de crédito sem anuidade e um aplicativo bancário simples. Com base no feedback dos primeiros clientes, eles aprimoraram seu produto e o expandiram para oferecer serviços bancários completos.
- iFood (Brasil): o iFood, um dos maiores serviços de entrega de alimentos do Brasil, começou com um MVP que oferecia a entrega de comida de restaurantes locais em uma plataforma simples. Com base na demanda inicial, eles expandiram para oferecer uma variedade de opções de restaurantes e serviços.
Esses exemplos demonstram como as empresas utilizaram o conceito do MVP para validar suas ideias e construir produtos de sucesso. A abordagem ágil, orientada para o cliente e focada na simplicidade tem sido fundamental para a inovação e o crescimento dessas empresas. Elas ilustram a universalidade e eficácia do MVP como uma estratégia essencial para empreendedores e empresas que buscam atender às necessidades do mercado de forma eficaz.
Ciclo Lean startup
A metodologia Lean startup revolucionou a forma como as empresas abordam o desenvolvimento de produtos e a gestão de negócios. No centro dessa abordagem inovadora está o ciclo construir-medir-aprender, que abrange a jornada desde a concepção da ideia até a análise de dados para impulsionar a inovação e o crescimento. Esse ciclo dinâmico, de acordo com Ries (2012), permite que as empresas sejam ágeis, focadas no cliente e orientadas por dados, maximizando suas chances de sucesso.
A primeira etapa do ciclo, segundo o autor supracitado, é o "construir". Aqui, as equipes de empreendedores transformam uma ideia em um Produto Mínimo Viável (MVP), que é uma versão simplificada do produto que contém apenas os recursos essenciais para atender a uma necessidade específica do cliente. O foco é a simplicidade e a agilidade, e o objetivo do construir é transformar a visão em algo tangível que possa ser testado no mercado real.
Após a criação do MVP, Ries (2012), orienta desenvolver a etapa "medir". Nessa fase, o produto é lançado no mercado, e os empreendedores coletam dados cruciais. Eles medem como os clientes interagem com o produto, coletam feedback e examinam métricas relevantes. A medição fornece informações objetivas sobre o desempenho do produto, identificando o que está funcionando e o que não está. Essa análise de dados é fundamental para se tomar decisões informadas.
Segundo Ries (2012), a terceira etapa se refere ao "aprender", quando os empreendedores transformam dados em insights. Eles buscam entender o que os dados revelam, validando ou refutando suas hipóteses iniciais. O aprendizado é a chave para o ciclo Lean startup, pois permite que as equipes pivotem (façam mudanças significativas) ou perseverem (façam pequenos ajustes) com base no feedback real dos clientes.
O ciclo construir-medir-aprender é uma abordagem dinâmica que transforma uma ideia em dados para impulsionar a inovação. Essa metodologia não se limita a produtos, mas se estende a toda a gestão de negócios. Ela coloca a ênfase na agilidade, na adaptação e na busca constante pela melhoria, garantindo que as empresas permaneçam relevantes em um mundo em constante evolução. O ciclo envolve a concepção da ideia, a criação do produto e a análise de dados para se tomar decisões informadas e impulsionar o sucesso empresarial.
Vimos que em um mundo empresarial dinâmico e incerto, o Lean startup, MVP e o ciclo construir-medir-aprender são ferramentas vitais para inovação e sucesso. Priorizando simplicidade, foco no cliente e decisões baseadas em dados, essas abordagens capacitam empresas a evitar desperdícios, mitigar riscos e adaptar-se a mercados em constante mudança. Utilizando MVPs para aprender e o ciclo Lean startup como guia, as empresas estão mais preparadas para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades, oferecendo produtos que atendam genuinamente às necessidades dos clientes e impulsionam o crescimento.
Vamos Exercitar?
O empreendedor Luiz Fernando está no caminho certo ao buscar compreender a metodologia Lean startup e suas nuances, que é uma metodologia transformadora para o desenvolvimento de produtos e negócios e cuja importância está em sua abordagem ágil que minimiza riscos e maximiza aprendizado.
O MVP (Produto Mínimo Viável) é essencial; é a versão simplificada de um produto que permite testar hipóteses e obter feedback antes de se investir pesadamente.
O ciclo Lean startup envolve a criação do MVP, medição, aprendizado e iteração, e isso ajuda empresas a inovar de maneira ágil, adaptando-se com base no feedback real.
Os princípios do Lean startup incluem validação de hipóteses, aprendizado validado, métricas de aprendizado, contabilidade de aprendizado e flexibilidade para pivotar, e eles podem ser aplicados no cotidiano profissional, contribuindo para a tomada de decisões baseadas em dados.
O ciclo de construir, medir e aprender influencia diretamente a tomada de decisões, permitindo ação ágil e decisões informadas. Com esses conceitos, o empreendedor Luiz Fernando estará pronto para inovar com sucesso e enfrentar os desafios empresariais com confiança.
Saiba mais
Amplie os seus conhecimentos assistindo ao filme AIR: A História Por Trás do Logo; nele, é possível identificar como desenvolver o produto mínimo viável é essencial para conquistar o cliente.
Sugerimos, também, a leitura do capítulo 4 do livro Startups: nos mares dos dragões, de Miceli e Salvador, em que nos são apresentados casos e lições de empreendimentos clássicos de sucesso construídos a partir do zero.
O artigo Lean Startup e MVP: entendendo e aplicando os conceitos é uma excelente fonte de informações sobre como aplicar os princípios da Lean startup e o conceito de MVP (Minimum Viable Product) no desenvolvimento de novos negócios; ele fornece insights valiosos para quem deseja entender melhor esses conceitos e aplicá-los no mundo empreendedor.
Referências
ALESSI, A. C. M. Gestão de startups: desafios e oportunidades. Curitiba: InterSaberes, 2022.
ALVES, E. B. Gestão de startups e coworking. 1. ed. São Paulo: Contentus, 2020.
DAHL, J. Liderança Lean. Rio de Janeiro: Alta Books, 2021.
DENNIS, P.; SIMON, L. Dominando a disrupção digital: como as empresas vencem com design thinking, agile e lean startup. Porto Alegre: Bookman, 2022.
MAURYA, A. Comece sua startup enxuta. São Paulo: Saraiva, 2018.
MELLO, C. de M.; ALMEIDA NETO, J. R. M. de; PETRILLO, R. P. Para compreender as startups. Rio de Janeiro: Processo, 2022.
MICELI, A. L. C.; SALVADOR, D. O. Startups: nos mares dos dragões. Rio de Janeiro: Brasport, 2019.
ORTIZ, F. C. Criatividade, inovação e empreendedorismo: startups empresas digitais na economia. São Paulo: Phorte, 2021.
RIES, E. A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidas. São Paulo: Lua de Papel, 2012.
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